O Natal, é motivo de felicidade, para alguns, é um momento esperado, enquanto para outros, acentua os sentimentos de depressão. Até pessoas que não têm relação alguma com Jesus costumam desejar “Feliz Natal”.
Em um episódio, no Egito, me surpreendi ao encontrar duas árvores de Natal bem montadas no aeroporto do Cairo, acompanhadas de mensagens de “Merry Christmas” para todos que chegavam. Isso é surpreendente em um país onde 95% da população é muçulmana. Até mesmo amigos israelenses e judeus, que não acreditam em Jesus como o messias, já me desejaram um Feliz Natal.
A data é realmente interessante, especialmente considerando que sabemos que Jesus não nasceu em 25 de dezembro. Pessoalmente, acredito que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, mas, considerando que essa é a data que todos celebram ou, pelo menos, lembram o nascimento de Jesus.
O ontem e o hoje
Analisando o contexto da época do nascimento e comparando-o com o contexto atual, vejo muitas similaridades. Destaco duas coisas: um povo carente de bons líderes, acreditando mais nos líderes que tinham do que naqueles que precisavam, e, ao mesmo tempo, oportunistas aproveitando para promover suas agendas políticas, partidárias e religiosas.
Outro aspecto intrigante é a expectativa da chegada de um Messias, uma criança que, segundo a crença, surgiria naquele ano. Autores romanos da época, como Tácito, Suetônio e Flávio Josefo, testemunham essa expectativa. Havia a ideia de que da Judeia surgiriam os dominadores do mundo. Os magos, possivelmente da Pérsia, seguiram uma estrela e, baseados em profecias, trouxeram presentes para o recém-nascido Rei dos Judeus em Belém.
Herodes, o rei da Judeia na época, ficou alarmado com a chegada dos magos, pois temia perder seu poder. Toda Jerusalém também se alarmou, não só pela chegada dos magos, mas pelo temor de uma possível mudança política. Isso reflete a ambiguidade das expectativas das pessoas naquele tempo, desejando a vinda do Messias, mas temendo as consequências.
Expectativa generalizada
O episódio dos magos ilustra que, mesmo fora do território judeu, a expectativa do nascimento de uma criança especial se espalhou. O texto bíblico destaca a dualidade entre os que, como os magos, buscavam sinceramente o Messias, e os oportunistas, representados por Herodes, que viam a chegada do Messias como uma ameaça ao seu poder.
O texto bíblico de Mateus 2:1 em diante narra a visita dos magos a Jerusalém e a percepção de Herodes sobre a ameaça ao seu reinado. O imperador megalomaníaco e paranoico, via em qualquer possível rival uma ameaça ao seu trono, resultando em atos cruéis, como o assassinato de sua esposa e filhos.
Ninguém quis ceder
Muitos desejavam os benefícios trazidos pelo Messias, mas não estavam dispostos a compromissos, entrega ou negação do ego. E mesmo hoje, muitos preferem as benesses do Natal, mas relutam em se entregar verdadeiramente a Deus.
Embora houvesse pessoas sinceras em Jerusalém esperando o Messias, a maioria compartilhava do mesmo temor de perder as comodidades de suas vidas, indicando uma falta de comprometimento verdadeiro com as implicações da vinda do Messias.
Assim como na época dos magos, a história se repete hoje, com muitos focando nas celebrações natalinas, nos presentes consumistas e nos símbolos tradicionais, mas esquecendo do verdadeiro significado do Natal: o nascimento do Salvador.