Nos dias de Jesus, o conceito de tempo era muito diferente do que estamos acostumados hoje. Vamos explorar como os antigos lidavam com a contagem dos dias, semanas e horas, e como isso influenciava suas vidas e práticas religiosas.

Ano Lunar e Ano Solar
Enquanto hoje seguimos o calendário solar de 365 dias, nos tempos antigos, especialmente entre os judeus, o calendário lunar era predominante. Isso significava que o ano era calculado com base nas fases da lua, resultando em um ano de 354 ou 383 dias. Essa diferença levava a datas aproximadas, como 6/7 A.D. ou 30/31 A.D.
Para os judeus, o ano lunar tinha um significado cerimonial importante. De acordo com o midrash do Livro dos Jubileus, Deus instruiu os homens a observarem um ano de 354 dias após o dilúvio. O não cumprimento dessa prática traria infortúnio. Esse sistema também contrastava com o ano solar egípcio, homenageando o deus Rá.
Sincronismo Luni-Solar
Os meses no calendário judaico eram chamados de “rodeshim”, significando “lunações”, refletindo sua conexão com as fases da lua. Cada mês tinha 29 dias, e para sincronizá-los com o ano solar, um mês extra chamado “bheadar” ou segundo adar era adicionado sete vezes a cada 19 anos.
Nomes dos meses
Inicialmente, os meses eram numerados, evitando nomes associados a divindades cananeias. Com o tempo, no entanto, essa prática foi abandonada, e os meses passaram a ser chamados pelos seus nomes comuns, como nós chamamos março, sem considerar sua origem.
Horas e Dias
A semana consistia em sete dias, como hoje, com apenas o sábado recebendo um nome próprio. As horas, por sua vez, eram divididas em 12 partes durante o dia e à noite, embora não correspondessem à nossa divisão de 60 minutos. Essa medição era influenciada pelas fases da lua e observâncias religiosas.
Rotina menos precisa
A falta de precisão na medição do tempo resultava em uma rotina menos estruturada. Não havia uma obsessão com a pontualidade como vemos hoje, e as atividades do dia a dia eram mais vagarosas. As pessoas não se sentiam escravizadas pela pressa, e as grandes metrópoles não se equiparavam às nossas.
Explorar como o tempo era percebido e medido nos tempos antigos nos ajuda a entender melhor as culturas e práticas da época. Embora possamos nos sentir muito diferentes de nossos antepassados em termos de tempo e ritmo de vida, há algo de fascinante em como eles navegavam pelos mistérios do tempo sem os recursos tecnológicos de hoje.