Skip to content
  • Início
  • Cursos
    • Bíblia Comentada
    • A História do Povo de Deus
  • Blog
  • Livros
  • Sobre mim
Menu
  • Início
  • Cursos
    • Bíblia Comentada
    • A História do Povo de Deus
  • Blog
  • Livros
  • Sobre mim

Onde Pilatos julgou Jesus?

Por <b>Rodrigo Silva</b>

Por Rodrigo Silva

Arqueólogo

Você já ouviu falar no Litóstrotos? Pode até parecer um nome complicado à primeira vista, mas esse lugar tem um peso imenso na narrativa da crucificação. É ali que Pôncio Pilatos, governador romano da Judeia, se sentou para julgar Jesus diante da multidão. Um momento decisivo, registrado no Evangelho de João (19:13), e que ainda hoje levanta questões históricas.

 

Vamos entender o que era o Litóstrotos, por que Pilatos optou por julgar Jesus do lado de fora do palácio e como tudo isso se conecta com a tensão entre romanos e judeus naquele tempo.

O que era o Litóstrotos (ou Gabatá)?

 

A palavra “Litóstrotos” é de origem grega e significa literalmente “pavimento de pedra” — do grego lithos (pedra) + strōtos (espalhado). Em hebraico, o local é chamado de Gabatá, que provavelmente se refere a uma área elevada, como uma varanda de pedra ou pátio em frente ao palácio do governador romano.

 

“Ouvindo, pois, Pilatos este dito, levou Jesus para fora, e assentou-se no tribunal, no lugar chamado Litóstrotos, e em hebraico, Gabatá.” — João 19:13

 

Um lugar visível a todos

 

O mais provável é que o Litóstrotos ficava num piso elevado, de onde Pilatos poderia falar diretamente ao povo. Era uma espécie de palco político, simbólico, de onde decisões eram tomadas diante da multidão — e onde Jesus seria condenado à crucificação.

 

Por que Pilatos julgou Jesus fora do Palácio?

 

A pergunta é justa: por que Pilatos não julgou Jesus dentro da sede oficial, como era o costume romano? A resposta está no próprio texto bíblico.

 

“E não entraram (os acusadores judeus) na audiência, para não se contaminarem, mas para poderem comer a Páscoa. Então Pilatos saiu para fora…” — João 18:28-29

 

Os líderes religiosos judeus evitaram entrar no palácio romano para não se tornarem ritualmente impuros antes da Páscoa. Isso colocaria Pilatos numa saia justa: ele tinha que conduzir o julgamento de Jesus sem ofender os costumes judaicos, especialmente durante uma das festas mais importantes.

 

Resultado? Ele sai, e a audiência acontece do lado de fora, no Litóstrotos.

 

O cenário político

 

Pilatos não era exatamente um modelo de empatia, mas ele sabia jogar politicamente. Ele não via culpa em Jesus (João 18:38), mas também não queria problemas com a liderança religiosa dos judeus — especialmente durante a Páscoa, quando Jerusalém estava lotada de peregrinos e o clima era tenso.

 

Ele tentou sair da situação de várias formas:

 

  • Ofereceu soltar Jesus como “privilégio pascal”.

  • Mandou açoitar Jesus, talvez esperando que isso bastasse.

  • Questionou os líderes, tentando empurrar a decisão de volta para eles.

 

Mas, no fim, cedeu à pressão popular.

 

“Se soltas este homem, não és amigo de César…” — João 19:12

 

Essa frase foi a gota d’água. Acusando Pilatos de traição ao imperador, os líderes judeus o colocaram contra a parede. Para proteger sua posição política, ele lavou as mãos — literalmente — e entregou Jesus para ser crucificado.

 

Um julgamento irregular

 

O processo que levou Jesus à cruz está cheio de quebras legais e éticas — tanto do ponto de vista da lei judaica quanto da lei romana.

 

Irregularidades segundo a lei judaica:

  • Nenhum julgamento deveria ocorrer à noite.

  • Nenhuma execução poderia ser decretada em época de Páscoa.

  • O julgamento deveria ter mais de um dia de duração.

  • Testemunhas falsas foram usadas no Sinédrio.

Irregularidades segundo a lei romana:

 

  • Pilatos admitiu não encontrar culpa em Jesus.

  • Mesmo assim, o condenou à morte por pressão política.

Jesus foi julgado fora dos padrões, em um lugar público, em um horário impróprio, por motivações políticas e religiosas, não legais.

 

Litóstrotos hoje

 

Se você for a Jerusalém, pode visitar um local tradicionalmente identificado como o Litóstrotos. Ele fica dentro do convento das Irmãs de Sião, próximo à Fortaleza Antônia — antiga sede militar romana. O pavimento de pedra ainda está lá, preservado, e marcado com símbolos que soldados romanos usavam em jogos.

 

Embora alguns arqueólogos questionem se aquele é o Litóstrotos bíblico, não há dúvida de que ali ocorreu muita história. 

 

O que podemos aprender com Pilatos?

 

Pôncio Pilatos é um personagem que desperta sentimentos mistos. Por um lado, ele não via motivo para condenar Jesus, por outro, cedeu à pressão e lavou as mãos, tentando se isentar de culpa.

 

Seu dilema é o dilema de muitos hoje: manter a integridade ou ceder à pressão? Pilatos escolheu o caminho mais fácil e entrou para a história como o homem que condenou o inocente Salvador.

 

O julgamento de Jesus no Litóstrotos revela muito mais do que um simples erro jurídico. Ele expõe as fragilidades humanas diante da verdade. Pilatos teve a chance de libertar um inocente, mas escolheu agradar a multidão.

 

Que tenhamos essa história como exemplo e façamos a escolha certa diante das pressões do mundo.

 

Continue estudando com A Bíblia Comentada. Clique aqui e saiba mais.

Aprenda mais sobre a Bíblia

Por aqui, não há limites para se aprofundar nas Escrituras Sagradas. Inscreva-se abaixo para receber conteúdos sobre a Bíblia, a Arqueologia e muito mais.

10 respostas

  1. JOSE VITALINO SATELES JUNIOR disse:
    31 de julho, 2025 às 7:58 am

    Muito bom o estudo

    Responder
  2. PAULO ROBERTO FIGUEIREDO BRACCINI disse:
    31 de julho, 2025 às 12:29 pm

    Fantático!

    Responder
  3. Santa Catarina Fernandes da Silva Costa disse:
    31 de julho, 2025 às 1:11 pm

    Li João várias vezes , mas não tinha notado essas irregularidades no processo de julgamento de Jesus. Foi muito edificante. Gratidão..

    Responder
  4. Ana disse:
    31 de julho, 2025 às 5:18 pm

    Excelente

    Responder
  5. ARACELE CHACON SOBRINHA disse:
    31 de julho, 2025 às 7:23 pm

    Sempre elucidativo, Prof Rodrigo. Deus o abençoe!

    Responder
  6. Hasmekysiana disse:
    1 de agosto, 2025 às 1:45 am

    Glórias a Deus por este conteúdo

    Responder
  7. Camila Melo disse:
    6 de agosto, 2025 às 11:29 am

    Excelente post Rodrigo! Que realmente possamos não ceder a pressão pra agradar alguém, mas somente a Deus. O que mais me chamou a atenção: os fariseus não queriam entrar no Litóstrotos para não ficarem impuros, mas condenaram Jesus a morte de cruz, somente quem era amaldiçoado é que morria na cruz, na páscoa. Não é o que entrar pela boca que torna alguém impuro, mas o que sai dela.

    Isso é bastante triste, pois ele sabiam da vinda do messias e não quiseram aceitar sua autoridade. Até um oficial romano reconheceu que ele era filho de Deus e o povo a quem ele tanto anunciou sua vinda não o reconheceram. E tudo isso porque Cristo questionou suas falsa justiça, da qual não provinha dEle, mas de suas intenções más.

    Responder
  8. Marcia Andrade disse:
    6 de agosto, 2025 às 11:09 pm

    Maravilhoso saber esses detalhes. Chego a imaginar a cena. E a tristeza toma conta do nosso. Jesus era inocente 😢

    Responder
  9. ADALBERTO CARDOSO disse:
    8 de agosto, 2025 às 7:01 am

    Fantástico e por demais esclarecedor.glorias a Deus

    Responder
  10. Rose Ribeiro Barroso disse:
    1 de setembro, 2025 às 1:01 pm

    Muito bom o estudo, gostei.

    Responder

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

+ CONTEÚDO
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
Animais na Bíblia: a pomba

A primeira referência à pomba na Bíblia aparece em Gênesis 8:8-12. Noé soltou uma pomba para verificar se as águas do dilúvio haviam baixado. Na

Ler mais »
25 de setembro, 2025 3 Comentários
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
Ezequiel 18: responsabilidade pessoal diante de Deus

No tempo do profeta Ezequiel, muitos israelitas no exílio acreditavam que estavam sofrendo apenas por causa dos pecados de gerações anteriores. Eles repetiam um provérbio

Ler mais »
11 de agosto, 2025 4 Comentários
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
O que é a Paixão de Cristo?

A Paixão de Jesus Cristo representa o clímax da missão redentora de Deus na história humana. É o último ciclo da vida de Jesus, abrangendo

Ler mais »
12 de setembro, 2025 3 Comentários
Arqueologia Bíblica
Equipe Rodrigo Silva
Azeite na Bíblia

A oliveira é uma árvore de extraordinária resistência e dela vem o azeite. Ela cresce em solos pedregosos, suporta o calor intenso do verão e

Ler mais »
15 de setembro, 2025 10 Comentários
Devocional
Equipe Rodrigo Silva
O que é uma parábola?

Você já ouviu uma história que, mesmo simples, deixou uma grande lição? Esse é exatamente o papel de uma parábola: transmitir verdades por meio de

Ler mais »
11 de setembro, 2025 2 Comentários
Dúvidas Bíblicas
Equipe Rodrigo Silva
Quem eram os publicanos?

Se tem uma figura bíblica que gera curiosidade e, ao mesmo tempo, repulsa, é o publicano. Nos evangelhos, esses personagens aparecem com frequência, quase sempre

Ler mais »
2 de outubro, 2025 7 Comentários
Carregar mais...
CATEGORIAS
  • Arqueologia Bíblica
  • Devocional
  • Dúvidas Bíblicas
  • Personagens Bíblicos
  • Arqueologia Bíblica
  • Devocional
  • Dúvidas Bíblicas
  • Personagens Bíblicos

© 2023 – Todos os Direitos Reservados | NEGEV PRODUCOES LTDA. – CNPJ 42025760000101

Políticas de privacidade | Termos de uso