Como era o trabalho nos tempos bíblicos?

Conhecer a época dos tempos bíblicos abre nossa mente para compreender o contexto de cada período, a cultura da sociedade e a história do povo de Deus. Por isso, neste artigo, vou lhe contar como era o dia a dia das pessoas nos tempos de Cristo!

 

A vida nos tempos de Jesus 

Assim como na modernidade, o trabalho nos tempos bíblicos variava dependendo de cada cultura, região e período histórico. Contudo, os trabalhos manuais e rurais eram os mais comuns, como agricultura, pesca, criação de animais, artesanato, fabricação de roupas e tecidos, construções de moradias, comércios e muito mais.

 

A divisão de trabalho era, geralmente, baseada em status sociais e separado entre homens e mulheres. Aos homens cabiam os trabalhos mais pesados, como agricultura e pesca, enquanto às mulheres destinavam-se os trabalhos domésticos, como o cuidado dos filhos e da casa, além da produção de alimentos e tecelagem. Além disso, as religiões sempre precisaram de líderes religiosos para eventos, sacrifícios e serviço no templo e, por isso, o trabalho sacerdotal e cerimonial são antigos.

 

Em Israel, um grupo de voluntários construiu perto da cidade de Nazaré a Nazareh Village – uma vila tematizada que simula como era a vida e o dia a dia das pessoas nos tempos bíblicos, sobretudo na época de Jesus. Num dos episódios do programa Evidências, visitamos esse lugar especial e tivemos a sensação de fazer uma viagem no tempo.

 

Caminhando pela vila, encontramos diversas Oliveiras, árvore muito comum na região que, nos tempos de Jesus, era um elemento muito importante na vida de todo judeu. São diversas passagens bíblicas que citam essa espécie de árvore e a sua representação para a época, símbolo de vida e esperança, desde a produção de frutos e alimentos até unção e atividades religiosas (Salmo 52:8; Romanos 11:17-24 e Zacarias 4:3-14).

 

Os principais trabalhos nos tempos bíblicos

Confira quais eram:

Agricultura 

A agricultura é uma importante fonte de renda e subsistência para muitas culturas e nos tempos bíblicos não era diferente. Diversas pessoas tinham atividades ligadas ao cultivo de colheitas, como azeitonas, figos, cevada, trigo e uvas. Esses profissionais trabalhavam arando o solo, plantando semestres, cultivando as colheitas e cuidando do gado.

 

Há diversas passagens bíblicas que citam o trabalho agrícola, como em: Gênesis 2:15, 2:23, 3:19, em que Deus cita a criação do homem e sua atuação na terra; Provérbios 28:18 e 28:19, que trata sobre a provisão do Senhor e a importância de cultivar o solo; e Levítico 19-10, em que a abundância de Deus é vista a partir do maná diária.

 

Para os judeus, a agricultura tinha um valor para além do trabalho diário, mas também espiritual e de total dependência no Senhor. O sábado, por exemplo, deveria ser sempre guardado e dedicado ao Senhor, conforme Êxodo 34:21. Além disso, como podemos ler em Gênesis 8:22, o recolhimento das safras era um trabalho que nunca acabaria, pois Deus prometia alimento e provisão para todos eles.

 

Pesca 

A pescaria era outra atividade habitual para as pessoas dos tempos bíblicos. Tanto é que o apóstolo Pedro e seu irmão André tinham esse ofício. 

 

Em Mateus 4:18-20, vemos claramente essa função – “Caminhando junto ao mar da Galileia, [Jesus] viu dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.”

 

Artesanato

O artesanato era extremamente importante, pois a partir dele eram feitos cestos, tapeçarias, roupas, objetos de cerâmicas, vasos, tigelas e tantos outros utensílios importantes para o dia a dia que qualquer pessoa e lar. Esse era o caso de artesãos, ourives, carpinteiros e muito mais, assim como descreve Êxodo 31:3-5.

 

Inclusive, Jesus também tinha uma profissão. Ele era carpinteiro (Mateus 13:55), ocupação comum da época, que requer habilidade com madeira para construções, consertos, fabricação de objetos variados, como utensílios domésticos, móveis e ferramentas agrícolas.

 

Pastoreio de animais 

Pastorear animais era um trabalho comum entre muitos personagens bíblicos, como Abel (Gênesis 4:2), Moisés (Êxodo 3:1), Davi (1 Samuel 16:11 e 17:34-36) e Amós (Amós 1:1 e 7:14-15). Esse ofício é extremamente importante e, inclusive, comparado ao trabalho do Senhor para conosco, como o texto de Salmo 23: 1 – “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.”

 

Comércio 

Bons vendedores sempre existiram na humanidade, independente do tipo e segmento do comércio.

 

José foi vendido por seus irmãos para comerciantes ismaelitas (Gênesis 37:25); Társis é comerciante e tinha funcionários mercadores (Ezequiel 27:12-25); a mulher virtuosa comprava e vendia produtos para sustentar a sua família (Provérbios 31:14-18); Jesus entrou num templo para expulsar os vendedores e cambistas que fizeram do local sagrado um comércio (Mateus 21:12-13); e, inclusive, na Babilônia havia comerciantes corruptos de todos os tipos (Apocalipse 18:11-19).

 

Trabalho doméstico

Conforme citado anteriormente, em geral, a divisão de trabalho era feita a partir do sexo, homem e mulher. Então, o trabalho doméstico era habitualmente feito pelas mulheres. Contudo, não é o tipo de trabalho que conhecemos na modernidade, pois elas tinham funções que iam muito além de lavar, cozinhar, limpar a casa e cuidar dos filhos.

 

O trabalho doméstico necessitava de muita força. Provérbios 31 cita os atributos de uma mulher virtuosa, ou seja, uma mulher segundo o coração de Deus, aquela que tem muito mais valor e raridade do que joias caríssimas. Essa mulher não é preguiçosa, compra e revende, trabalha com as mãos, levanta cedo, examina e compra propriedades, planta, usa roca de fiar e costura cobertores e roupas para vender a comerciantes. 

 

Ainda por cima, depois de tudo isso, ela ainda consegue ter formosura e confiar em Deus.

 

Serviços públicos 

Além das profissões citadas acima, outra atuação que existia nos tempos bíblicos, assim como na modernidade, era os cargos e serviços públicos, como cobradores de impostos, como o rico Zaqueu (Lucas 3:12-13, 5:27-28 e 19:1-10). Além disso, podemos recordar também de uma mulher que era juíza, chamada Débora (Juízes 4:4).

 

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