Você já se pegou assistindo um acadêmico respeitado desafiando a veracidade de uma passagem da Bíblia na TV? Como você reage a isso? É compreensível que, diante de tais questionamentos, surjam dúvidas e até mesmo uma certa insegurança.
Afinal, quando alguém com respaldo científico expressa descrença em uma narrativa bíblica, nem sempre temos evidências imediatas para rebater seus argumentos. Porém, a história nos ensina que nem tudo é o que parece à primeira vista.
Um exemplo intrigante disso remonta a 1930, quando o renomado professor da Universidade Yale, C. C. Torrey, lançou um estudo que abalou as estruturas da interpretação bíblica.
O desafio de C. C. Torrey
C. C. Torrey, um respeitado acadêmico de Yale, fez manchetes ao anunciar a publicação de um estudo que contestava radicalmente o livro de Ezequiel e seu contexto histórico. Com o sugestivo título “Pseudo-Ezequiel e a Profecia Original”, o livro prometia trazer uma visão minimalista e desafiadora sobre o assunto.
Torrey já era conhecido por lançar obras polêmicas, questionando eventos bíblicos como o cerco de Nabucodonosor a Jerusalém e até mesmo a existência do “cativeiro babilônico” e o retorno dos judeus sob o governo de Ciro.
Questionando as evidências
Não foi apenas Torrey que lançou dúvidas sobre passagens bíblicas. Séculos antes, céticos do Racionalismo e do Iluminismo alemão haviam contestado até mesmo a existência da cidade de Babilônia.
Apesar de mencionada em escritos históricos, a cidade permaneceu oculta por séculos até sua descoberta por Robert Koldewey em 1898. Mas, no caso de Torrey, não foi necessário esperar tanto tempo para refutar suas alegações.
Revelação arqueológica
Em apenas oito anos após a publicação de seu livro, evidências contundentes vieram à tona, desmentindo as teorias de Torrey. A descoberta de relatos históricos e arqueológicos em Laquis, uma antiga cidade mencionada repetidamente no Antigo Testamento, reforçou a autenticidade dos relatos bíblicos.
Os vestígios de destruição e cartas datadas dessa época lançaram nova luz sobre o período histórico em questão.
As cartas de Laquis
Entre os achados em Laquis estavam fragmentos de cartas escritas em hebraico antigo, datadas de cerca de 589 a.C., três anos antes da destruição da cidade.
Essas cartas, conhecidas como ostracas, eram escritas em cacos de cerâmica, revelando comunicações militares e referências a profetas como Jeremias. A presença do nome divino, Yahweh, e a ausência de referências a deuses pagãos corroboraram a autenticidade das narrativas bíblicas.
Certezas prematuras
O caso de C. C. Torrey e as descobertas em Laquis nos lembram da importância de questionar e investigar com mente aberta. As narrativas históricas e bíblicas frequentemente se entrelaçam, e a arqueologia continua a fornecer informações valiosas para nossa compreensão do passado.
É um lembrete de que, embora o ceticismo seja saudável, as conclusões precipitadas podem ser perigosas. Ao confrontar desafios à nossa fé ou compreensão, devemos estar preparados para buscar respostas com humildade e mente aberta. Afinal, a verdade está sempre além das primeiras impressões.
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