Não é novidade. Sempre que um papa morre, a internet ferve com teorias proféticas, previsões sobre o “último papa”, anticristos e a iminência do fim do mundo. Manchetes impactantes surgem como: “A profecia se cumpriu”, “O anticristo chegou”, ou até mesmo “João Paulo II vai ressuscitar!”
Mas será que a Bíblia confirma essas suposições? Será que todo novo papa precisa ser ligado a alguma profecia apocalíptica? Ou estamos apenas repetindo, geração após geração, o mesmo ciclo de especulações?
O perigo do sensacionalismo bíblico
Sensacionalismo é aquele tipo de leitura da Bíblia feita com pressa, superficialidade e sede por escândalos proféticos. E um dos maiores exemplos disso é quando teorias sobre papas e o fim do mundo ganham força após eventos comuns como a renúncia ou a morte de um pontífice.
Você lembra das teorias sobre João Paulo II? Alguns grupos afirmavam que ele era o “último papa”, o tal oitavo rei de Apocalipse 17. Quando ele faleceu, disseram que ressuscitaria — e até divulgaram uma imagem de uma fogueira na Polônia com suposta silhueta do papa, como se fosse um sinal divino.
A narrativa foi ainda mais longe: com a renúncia de Bento XVI, o “puzzle” profético parecia estar se encaixando. Mas o Papa Francisco assumiu, e com ele, a conta profética desandou — e os teóricos, claro, mudaram a regra do jogo para tentar manter suas teses de pé.
Mas o que a Bíblia realmente diz?
Vamos direto à fonte. Apocalipse 17 descreve uma mulher vestida de púrpura e escarlata, montada sobre uma besta de sete cabeças e dez chifres. Ela é chamada de “Babilônia, a grande”, e está embriagada com o sangue dos santos.
O texto menciona sete reis, dizendo que:
“Cinco caíram, um existe, o outro ainda não chegou, mas quando vier, deve durar pouco tempo. E a besta que era e já não é, é também o oitavo, e procede dos sete…”
(Apocalipse 17:10-11)
A interpretação literal e imediata que muitos fazem — conectando isso a papas específicos — é apressada, desconectada do contexto histórico, simbólico e literário do livro de Apocalipse. A Bíblia não dá nomes; quem os dá são os especuladores.
A fábula de Pedro e o Lobo
A história de Pedro e o Lobo ilustra bem o que acontece com o sensacionalismo religioso. A cada nova guerra, presidente, papa ou terremoto, alguém grita: “É o fim do mundo!”. E o povo corre, ora, compartilha, comenta.
Mas o tempo passa. Nada acontece. A fé vai sendo corroída pela decepção. O Evangelho vira uma piada, e a Bíblia é desacreditada por erros que não são dela, mas da má interpretação feita por quem deveria tratá-la com reverência.
Profecias não são quebra-cabeças de Twitter
Estudar profecias bíblicas requer humildade, contexto histórico, conhecimento das linguagens simbólicas da época e, acima de tudo, respeito pela Palavra de Deus.
Quando João viu a mulher sobre a besta em Apocalipse 17, ele se admirou com grande espanto. E não foi por estar vendo algo sensacionalista, mas porque reconheceu ali algo profundo, espiritual e inesperado. Algo que precisava de discernimento, não de teorias fáceis.
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