“A sabedoria se coloca no alto dos lugares elevados, junto ao caminho, nas encruzilhadas das veredas.” — Provérbios 8:2
Essa descrição poética marca o início de um dos capítulos mais profundos e belos do Antigo Testamento. Provérbios 8, escrito por Salomão, é mais do que um poema sobre uma virtude espiritual. É um retrato profético e messiânico. A sabedoria aqui é muito mais que uma qualidade moral – ela tem rosto, voz, sentimentos e vontade.
Mas… quem é essa Sabedoria?
Mais do que poesia: um ser pessoal
Logo nas primeiras leituras, o texto já se destaca por seu estilo elevado e sua solenidade. A sabedoria:
- Clama nas praças,
- Ama os que a amam,
- Está com Deus desde o princípio,
- Participa da criação do mundo.
Não estamos diante de uma simples personificação poética de um atributo divino. O texto fala de alguém, não de algo. A sabedoria aqui possui personalidade e ações conscientes. Ela governa, ensina, orienta e é fonte de vida.
E, como vemos em Provérbios 8:35:
“Porque o que me achar, achará a vida, e alcançará o favor do Senhor.”
Quem, senão Cristo, poderia dizer isso com autoridade?
A resposta do Novo Testamento: Cristo é a Sabedoria
A resposta vem com clareza na carta de Paulo aos coríntios:
“Cristo é o poder de Deus e a sabedoria de Deus.”
(1 Coríntios 1:24)
Esse texto conecta diretamente a sabedoria de Provérbios 8 com a segunda pessoa da Trindade, o Verbo eterno, o Logos que estava com Deus desde o princípio.
Cristo é, portanto, a Sabedoria divina revelada. Ele não apenas possui sabedoria — Ele é a própria Sabedoria.
A Bíblia inteira aponta para Ele
O teólogo Norman Geisler uma vez afirmou de forma brilhante:
“Na Lei, encontramos o fundamento para Cristo.
Na História, a preparação.
Na Poesia, a aspiração.
Nos Profetas, a expectativa.
Nos Evangelhos, a manifestação.
Em Atos, a pregação.
Nas Epístolas, a interpretação.
E no Apocalipse, a consumação em Cristo.”
Essa visão coloca Cristo como o eixo central das Escrituras, e Provérbios 8 se encaixa perfeitamente nessa estrutura: uma revelação de Cristo pré-encarnado.
Na criação… ao lado do Criador
Provérbios 8:30 declara:
“Então eu estava com ele, como arquiteto; e era cada dia as suas delícias, alegrando-me perante ele em todo o tempo.”
Aqui, a sabedoria (Cristo) é descrita como co-participante da criação, um arquiteto ao lado do Criador. Essa linguagem é reforçada no Novo Testamento:
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.”
(João 1:3)
“Pois nele foram criadas todas as coisas nos céus e na terra.”
(Colossenses 1:16)
A Bíblia é coesa. O Cristo que andou entre nós é o mesmo que andava com o Pai antes da fundação do mundo. Ele é o centro da revelação divina — o Alfa e o Ômega.
Ciência e fé se encontram?
Curiosamente, até mesmo alguns estudiosos da ciência moderna chegam a conclusões que ressoam com essa visão bíblica. O físico teórico James Jeans, ao falar sobre os avanços científicos, declarou:
“Quanto mais a ciência progride, menos o universo se parece com um grande relógio, e mais se assemelha a um pensamento — um pensamento divino que nós chamamos de Cristo, a sabedoria de Deus.”
Essa afirmação não substitui a fé, mas confirma que o universo reflete ordem, intenção e propósito, como se tivesse sido arquitetado… por Alguém.
A Sabedoria que chama ainda hoje
A sabedoria continua nas encruzilhadas, nas praças e caminhos, chamando os filhos dos homens a ouvirem sua voz.
Em meio à confusão do mundo moderno, Cristo — a Sabedoria de Deus — ainda se faz ouvir. Ele continua sendo o arquiteto da criação, o Salvador na cruz e o Rei que voltará.
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