Se tem uma figura bíblica que gera curiosidade e, ao mesmo tempo, repulsa, é o publicano. Nos evangelhos, esses personagens aparecem com frequência, quase sempre associados à corrupção, à exploração e à exclusão social. Mas também são exemplos marcantes de transformação pela mensagem de Jesus.
Cobradores de impostos
O termo “publicano” se refere ao cobrador de impostos que atuava em nome do Império Romano. O detalhe é que, muitas vezes, esses cobradores eram escolhidos entre o próprio povo judeu, o que aumentava ainda mais a rejeição popular.
Havia três grandes motivos para tanta antipatia:
- Associação com o Império Romano – Os publicanos representavam o domínio opressor, visto como inimigo do povo.
- Impostos abusivos – Os tributos eram altos e não traziam benefícios diretos à população, apenas enriqueciam o império.
- Corrupção – Muitos publicanos cobravam além do que Roma exigia, embolsando a diferença e enriquecendo às custas da exploração.
Por isso, eles eram vistos como traidores e pecadores públicos, colocados no mesmo nível dos piores marginais da época.
Publicanos nos evangelhos
Apesar de sua má fama, os publicanos tiveram um papel importante nas narrativas de Jesus.
1. Mateus, o apóstolo publicano
Mateus, também chamado de Levi, era um publicano quando foi chamado por Jesus. Ele deixou sua função e passou a segui-lo, tornando-se não apenas um discípulo, mas o autor de um dos quatro evangelhos. Sua transformação é uma prova viva de que ninguém está fora do alcance da graça de Deus.
2. Zaqueu, o publicano arrependido
Outro exemplo famoso é o de Zaqueu, um chefe dos publicanos em Jericó. Curioso para ver Jesus, ele subiu em uma figueira. Para sua surpresa, Jesus o chamou pelo nome e decidiu ir à sua casa.
Arrependido, Zaqueu declarou:
“Senhor, resolvo dar aos pobres a metade dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, restituo quatro vezes mais.” (Lucas 19:8)
Esse gesto mostra como o encontro com Cristo gerou uma mudança radical de vida.
O escândalo da graça
Jesus foi duramente criticado por se aproximar dos publicanos. Os fariseus, líderes religiosos da época, não aceitavam que o Mestre comesse com “pecadores” e cobradores de impostos (Mateus 9:10-11).
Mas justamente essa atitude revelava a essência do evangelho:
- Cristo não exclui, Ele restaura.
- A graça não se limita a quem parece “digno”.
- Deus se importa com todos, inclusive os rejeitados pela sociedade.
Assim, os publicanos se tornaram símbolos poderosos da misericórdia divina.
O que podemos aprender com os publicanos?
- Ninguém está distante demais de Deus. Mateus e Zaqueu provam que até os mais rejeitados podem ser transformados.
- O arrependimento gera mudança prática. Zaqueu não apenas reconheceu seus erros, mas restituiu suas injustiças.
- A graça de Cristo ultrapassa barreiras sociais. O amor de Jesus quebra preconceitos e alcança a todos.
- Não devemos julgar pelas aparências. Muitos que parecem “perdidos” podem estar mais perto do arrependimento do que imaginamos.
O publicano, de símbolo de traição e corrupção, tornou-se um exemplo de redenção e transformação. Em Mateus e Zaqueu, vemos que Jesus não olha para a reputação social, mas para o coração arrependido.
A mensagem é clara: ninguém está tão perdido que não possa ser alcançado pela graça de Cristo.
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4 respostas
A paz do Senhor
Excelente explicação.
Quão maravilhosa Graça!!!
Muito lição dessa mensagem a gente aprende muitíssimo obrigado pastor Rodrigo silva silva pelos seus ensinamentos ficou mais dias transformada com os seus ensinamentos
Eu estou encantada com esse estudo do pastor Rodrigo Silva em um dia consegui aprender várias coisas legais que posso comentar aqui com familiares e o povo da igreja espero aprender mais e mais todos os dias obrigada!
Como é reconfortante saber que a graça de Deus está a nossa disposição! E muitas vezes achamos que é simples demais, e que precisamos de penitência.
Que o SENHOR transforme nossos corações e mentes para aceitarmos esse presente divino que custou a vida de Seu Filho. Bom dia irmãos, gratidão Rodrigo Silva!