A apenas 10 km ao sul de Jerusalém, aninhada entre colinas e caminhos antigos, repousa uma das cidades mais emblemáticas da fé cristã e judaica: Belém. Também conhecida como Efrata, essa pequena cidade da região da Judeia foi palco de acontecimentos que moldaram a história da salvação. Foi lá que nasceram o rei Davi e, séculos mais tarde, o Messias prometido — Jesus Cristo.
Neste artigo, vamos mergulhar no pano de fundo histórico, bíblico e simbólico de Belém, explorando o motivo pelo qual um vilarejo aparentemente insignificante se tornou o centro de um dos eventos mais marcantes da humanidade.
O significado dos nomes
O nome Belém vem do hebraico Beyth-Lehem, que significa literalmente “Casa do Pão”. Já Efrata, nome pelo qual a cidade também era conhecida no Antigo Testamento, pode ser traduzido como “frutífera”. Essas duas designações já prenunciam algo poderoso: um lugar simples, mas destinado a alimentar espiritualmente o mundo — com pão e com frutos.
É em Gênesis 35:16 e Rute 4:11 que vemos referências a essa cidade usando esses nomes. A ligação com a fertilidade e o sustento se encaixa perfeitamente com o papel que Belém teria mais tarde: o nascimento de Jesus, o Pão da Vida (João 6:35).
Belém na história bíblica
Belém aparece de forma modesta, mas significativa, ao longo das Escrituras:
- Raquel, esposa de Jacó, foi sepultada próximo a Belém (Gên. 35:19).
- Salma, neto de Calebe, ficou conhecido como “pai dos belemitas” (1 Crôn. 2:51-54).
- O livro de Rute se passa em Belém, mostrando como a linhagem de Davi — e do próprio Cristo — se enraiza ali.
- Cerca de 123 homens de Belém voltaram do exílio na Babilônia com Zorobabel (Ed. 2:21; Ne. 7:26).
Mesmo assim, Belém nunca foi uma cidade de destaque em Judá. Não havia grandes monumentos, templos majestosos ou centros de poder político. E é exatamente por isso que o seu papel é tão marcante na narrativa divina.
O nascimento do Rei
Belém foi o berço de dois dos personagens mais importantes da Bíblia:
- Davi, o jovem pastor que se tornaria o maior rei de Israel, nasceu ali (1 Sam. 17:12).
- Jesus, o Messias, também veio ao mundo nesse vilarejo, conforme predito pelo profeta Miqueias:
“E tu, Belém Efrata, pequena demais para figurar entre os milhares de Judá, de ti sairá aquele que há de reinar em Israel…” (Miqueias 5:2)
O cumprimento dessa profecia séculos mais tarde, no nascimento de Jesus, reforça o padrão divino de agir por meio da simplicidade e da humildade. Belém, o “lugar esquecido”, foi escolhida por Deus para ser o cenário da encarnação.
Belém após o Novo Testamento
No século II d.C., a cidade voltou a ser alvo de atenção — desta vez, por parte dos romanos. O imperador Adriano mandou construir um bosque pagão sobre o local tradicional do nascimento de Cristo. Mas, anos depois, Helena, mãe do imperador Constantino, reverteu a situação: ordenou a construção de uma basílica no local.
Hoje, a Basílica da Natividade, construída por Helena, ainda se encontra de pé, cercada por três conventos mantidos pelas igrejas grega ortodoxa, católica romana (latina) e armênia. O local recebe peregrinos do mundo inteiro que desejam ver o ponto onde, segundo a tradição, Jesus nasceu.
Curiosidades históricas e arqueológicas
- Belém é citada tanto no Antigo quanto no Novo Testamento — o que mostra sua permanência e importância ao longo dos séculos.
- O nome “Belém da Judeia” (Mat. 2:1) era usado para diferenciar esta cidade de uma outra Belém, situada na região de Zebulom (Jos. 19:15).
- A localização atual da cidade bíblica é identificada com segurança, sendo acessível para visitantes em Israel e território palestino.
Continue estudando
Estudar sobre Belém nos lembra de como Deus valoriza os pequenos começos e os lugares esquecidos. Ao escolher esse simples vilarejo para o nascimento do Salvador, Ele nos ensinou que a grandeza divina se revela, muitas vezes, no ordinário.
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Uma resposta
Muito bom, quero aprender mas sobre a vida do meu salvador Jesus