Você já se perguntou por que Jesus é chamado de “Cordeiro de Deus”? Essa imagem, tão singela e ao mesmo tempo tão poderosa, carrega séculos de tradição, significado espiritual e conexão direta com os rituais do Antigo Testamento.
Neste post, vamos explorar o que é um cordeiro segundo a tradição bíblica, por que ele foi usado em sacrifícios, e como essa figura aponta diretamente para Cristo e sua missão redentora.
O que é um cordeiro?
O cordeiro, em termos simples, é o filhote novo da ovelha — o famoso carneirinho. No contexto bíblico, sua carne era consumida como alimento, mas mais do que isso: ele era peça central em cerimônias religiosas, especialmente nos sacrifícios prescritos por Deus.
De acordo com Êxodo 29:39, cordeiros eram sacrificados diariamente no Templo, de manhã e à tarde, como parte dos rituais de purificação e adoração. Além disso, o cordeiro sem defeito era essencial para a celebração da Páscoa judaica (Êxodo 12:5), comemorando a libertação do povo hebreu do Egito.
O cordeiro e os sacrifícios no Antigo Testamento
No sistema sacrificial do Antigo Testamento, o cordeiro representava a substituição. O animal morria no lugar do pecador — uma prática simbólica que apontava para a necessidade de um sacrifício perfeito que um dia viria.
Esse sacrifício, porém, não era definitivo. Ele precisava ser repetido continuamente. Era, por assim dizer, uma sombra das coisas que ainda viriam (Hebreus 10:1). E foi nesse contexto que o verdadeiro Cordeiro de Deus se revelou.
João Batista e a revelação de Jesus
O momento é marcante. João Batista está às margens do rio Jordão, pregando arrependimento, quando vê Jesus se aproximando. Ele então exclama:
“Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” (João 1:29)
Essa frase não foi dita por acaso. João, cheio do Espírito Santo, compreendeu que todos aqueles cordeiros sacrificados no Antigo Testamento eram apenas símbolos — e que Jesus era a realidade para a qual tudo aquilo apontava.
Cristo não era apenas mais um profeta, mestre ou líder religioso. Ele era o Cordeiro perfeito, enviado por Deus para oferecer um sacrifício único e eterno, capaz de remover o pecado de todos os que creem.
O simbolismo do cordeiro em Cristo
Jesus se encaixa perfeitamente no padrão do cordeiro pascal:
- Sem mancha nem defeito — Ele foi sem pecado (1 Pedro 1:19).
- Substituto voluntário — Ele deu a vida por muitos (Marcos 10:45).
- Silencioso diante do sofrimento — Como ovelha levada ao matadouro, Ele não abriu a boca (Isaías 53:7).
- Sacrifício único e suficiente — Ao contrário dos cordeiros sacrificados diariamente, Jesus morreu uma única vez para sempre (Hebreus 10:10-14).
Esperança para nós hoje?
A figura do Cordeiro de Deus continua extremamente atual. Ela nos lembra que:
- O perdão é possível — Cristo morreu para tirar o pecado do mundo.
- O amor de Deus é real — Ele deu o melhor que tinha: seu Filho.
- A salvação é um presente — Não precisa de méritos, mas de fé no sacrifício do Cordeiro.
Cordeiro até o fim
O livro do Apocalipse também faz referência constante a Jesus como o Cordeiro. Ali, Ele é adorado por todas as nações como aquele que venceu por meio do sacrifício (Apocalipse 5:12). Mesmo glorificado, Cristo é lembrado como o Cordeiro — símbolo eterno da redenção.
Desde os tempos de Abraão até a cruz de Cristo, o cordeiro tem sido um símbolo de esperança, salvação e amor sacrificial. Ao chamar Jesus de “Cordeiro de Deus”, a Bíblia está nos convidando a reconhecer quem Ele é e o que Ele fez por nós.
E você? Já olhou para o Cordeiro? Porque, como diz Apocalipse 7:14, só aqueles lavados no sangue do Cordeiro estarão diante do trono de Deus.
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